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História de Naum – Quem foi Naum?

Naum é um nome hebraico com o significado de “Consolo”, significado esse que estava relacionado com o nome de Neemias que possui praticamente o mesmo sentido: “o Senhor consola”.

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Quem foi Naum?

Naum era profeta e sua cidade natal foi Elkosh, Elcós (Naum 1.1), contudo estudiosos lamentam a falta de existência precisas dessa cidade que se perdeu no tempo.

Não há muitas informações também sobre o profeta Naum, sabe-se, contudo que seu ministério profético se desenvolveu em Judá.

Na genealogia de Jesus, no evangelho segundo escreveu Lucas, um homem chamado Naum é citado (Lucas 3.25), porém não deve ser confundido com o profeta.

Há um livro no Antigo Testamento do cânon bíblico com o nome de Naum. Este livro possuí três capítulos e encontra-se entre Miquéias e Habacuque. Basicamente os escritos sagrados narram as profecias de Naum sobre a cidade de Nínive, bem como o cumprimento da Palavra do Senhor pela boca dele.

Um pouco sobre niníve

Nínive era a capital assíria, situada ao nordeste da região hoje conhecida como Palestina e na época era a maior capital do mundo, era a “Grande Cidade” e ficava cerca de 800 km de Gate-Héfer. Nínive era a cidade natal de outro profeta, o Jonas.

Contudo esse status não surpreendia a Deus que estava de olho num outro status dos ninivitas: a cidade estava mergulhada no maligno, pois seu pecado já tinha subido até a Sua presença (Jonas 1.2) Naum declarou que Deus traria juízo sobre a cidade de Nínive, e sua destruição seria tamanha que não restaria duvidas de que foi permissão do próprio Deus, tanto que no cumprimento da Palavra, Nínive jamais voltou a se reerguer e ser reconstruída.

Nínive estava vivendo em extremo pecado, a informação de que a cidade estava imersa em extremas crueldades, opressão sem limite, idolatria, bruxaria, incredulidade (o afastamento do Senhor e da Sua Palavra), exploração comercial, entre outros.

A profecia falada por Naum se cumpriu nos anos 612 antes de Cristo, portanto acredita-se que ele tenha revelado essa sentença entre 663 e 612 antes de Cristo. Nesse caso Naum estava situado no reinado de Josias, sendo contemporâneo de Sofonias e Jeremias.

O caráter de Deus citado por Naum

O profeta Naum inicia seu livro declarando as verdades imutáveis sobre quem Deus realmente é: Eis que Deus é zeloso, declara ele, porém ciumento e vingador! O Eterno não tolera outros deuses e age como terrível vingador contra toda idolatria.

Entretanto, Deus demora demais para se irar; é paciente e longânime, mas seu poder é incalculável. O Eterno não deixará impune o culpado! O Eterno é Justo. O seu Caminho está no vendaval e na tempestade, e as nuvens são a poeira de seus pés.

Ele repreende o mar e o faz secar, e esgota todos os ribeiros; Basã e Carmelo desfalecem, e a flor do Líbano murcha. Os montes tremem assim que ele se aproxima, e as colinas se derretem. A terra se agita na sua presença, o mundo e todos os que nele vivem.

Quem pode suportar a sua indignação? E quem subsistirá diante do furor da sua ira? A sua cólera se derrama como fogo, e as rochas são por ele demolidas. Eis que o Senhor é bom! Ele é um refúgio em tempos de angústia e aflição! O Senhor protege todos quantos nele confiam. (1.2-7).

A profecia sobre Nínive e a alegria de Judá

E ao mesmo tempo em que o profeta libera uma palavra de condenação do Nínive, ele consola Jerusalém. Ali Nínive é tida como a cidade opressora e Judá como a cidade oprimida.

Alguns vão até associar o significado do nome de Naum ao “consolo e conforto” que ele concede à Judá com sua declaração. Outros, dizem que Naum era nacionalista e nutria ódio por Nínive, o que não é possível acreditar, tendo em vista que ele poderia dizer o que ele quisesse contra Nínive, porém entre dizer e acontecer há um grande caminho e suas palavras se cumpriram para honra do nome do Eterno.

Sobre as cidades Naum declara: No entanto, mediante uma enchente arrasadora acabará com a grande cidade de Nínive (não havia meio termo para eles) expulsará todos os seus adversários para as trevas. Tramais, vós contra Deus? Pobre de vós; porquanto ele destruirá tudo quanto planejais contra ele com um só golpe. Eis que a tribulação não precisará ocorrer uma segunda vez!

Porquanto ainda que se entrelacem como os espinhos e encharcados de vinho como bêbados, serão inteiramente destruídos como palha seca. Foi de ti, ó Nínive, que partiu aquele que trama perversidades, que planeja o mal contra Deus! Portanto, assegura o Eterno:

Por mais fortes e numerosos que sejam (grande e temível cidade), ainda assim haverão de serem todos ceifados e exterminados! Contudo, em relação a ti, Judá, embora Eu tenha te açoitado não mais te afligirei! – aí está o consolo do momento. Agora, pois, quebrarei o jugo que está sobre o teu pescoço, e romperei as tuas correntes. Contra ti, porém, ó rei de Nínive, eis que Deus ordenou que não houvesse mais descendência que perpetue teu nome sobre a terra. Exterminarei do templo dos teus deuses todas as imagens idólatras de arte, escultura e fundição; e prepararei o teu sepulcro, porque és maldito!

Contemplai sobre os montes os pés do que anuncia Boas Novas, e proclama Paz! Ó Judá, celebra as tuas festas, cumpre os teus votos, porquanto nunca mais o ímpio te invadirá; eis que ele será absolutamente destruído! (1.8-15).

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O cumprimento: Nínive é situada e desolada

Naum continua descrevendo suas palavras e os acontecimentos que se leem no segundo capítulo falam dos acontecimentos de 612 antes de Cristo. Nesse ano os exércitos babilônicos e dos Medos conquistaram Nínive: Eis que o destruidor já avança contra ti, ó Nínive! Guarda a fortaleza! Vigia a estrada! Fortalece a resistência! Reúne todas as tuas forças! Porquanto o Senhor restaurará o esplendor de Jacó; fará voltar à glória de Israel, ainda que os saqueadores tenham devastado e destruído as tuas videiras.

Os escudos e os uniformes dos teus valorosos militares são vermelhos! Os teus carros de guerra reluzem quando se alinham para a batalha, agitam-se as lanças de pinho.

Os carros de guerra percorrem as ruas e se cruzam velozmente pelos quarteirões. Parecem tochas de fogo e se arremessam como relâmpagos. As tropas de elite são convocadas, no entanto, elas chegam tropeçando; correm para a muralha da cidade para formar a linha de defesa.

As comportas dos rios são abertas, e todo o palácio é destruído. Assim, está decretado: ela está desprotegida e será levada cativa; e as suas jovens servas gemem como o arrulhar das pombas, batendo no peito, em desespero. Nínive é como um açude antigo; um enorme tanque de água que agora está vazando.

E eles gritam: “Parai! Parai!”, mas ninguém sequer olha para trás. Sequestrai toda a prata, saqueai todo o ouro! Seus tesouros não têm fim; está cheia de tudo que é valioso.

Ela está saqueada, esgotada e completamente devastada; derrete-se o coração, tremem os joelhos, o corpo está tomado pela dor; o rosto de todos eles empalidece. Onde está agora a toca dos leões? O lugar em que alimentavam seus filhotes, onde se abrigavam o leão, a leoa e os leõezinhos, sem nada temer? Onde está o leão que caçava com fartura para alimentar seus filhotes, estrangulava grandes animais para suas leoas, enchia as suas covas de presas e as suas tocas com as suas vítimas? “Eis que me coloco contra ti”, afirma o Senhor dos Exércitos; “queimarei os teus carros de guerra no grande incêndio da batalha, e a espada devorará os teus leões fortes; e exterminarei da terra a tua presa; e não se ouvirá mais a voz dos teus embaixadores!” (2.1-13).

Era uma vez Nínive…

Toda ação gera uma reação, bem como todo ato tem uma consequência, e ali Naum deixa claro sobre Nínive: Ai da grande e sanguinária cidade, toda cheia de engano, mentiras, roubos e crimes; que abocanha a sua presa e não a solta mais. Eis o estalo dos açoites ecoando por toda a terra, o barulho assustador das rodas, o galope dos cavalos de batalhas, e o sacudir dos carros militares!

Cavaleiros que esporeiam a espada flamejante, o relampear das lanças e a multidão dos traspassados, um mar de cadáveres, mortos sem fim; pessoas feridas tropeçando sobre gente e mais gente morta. E tudo isso por quê? Por causa da grande prostituição da bela e encantadora meretriz, da mestra das feitiçarias, que vendia os povos mediante sua sedução e lábios fraudulentos, e assim escravizou nações. Por tudo isso, eis que Eu me posiciono contra ti!”, afirma o Senhor dos Exércitos;

“vou erguer o teu vestido até a altura do teu rosto, a fim de expor às nações a vergonha da tua nudez, e te humilhar diante dos reinos da terra! Eu mesmo lançarei sobre ti imundícias, te tratarei com total ignomínia; e farei de ti um espetáculo, um exemplo para todos. Todos os que te virem fugirão exclamando: ‘Ah! Nínive está arrasada! Quem terá compaixão dela? ’ E de onde trarei consoladores para ti?”. Por acaso és melhor que No Amon, cidade do deus Amon, Tebas, que vivia à beira do Nilo, cercada de belas águas, tendo o mar como defesa e suas águas como muralhas? Cush, a poderosa Etiópia, e o Egito formavam sua fonte inesgotável de força; Pute e a Líbia estavam entre os seus aliados. Contudo, a grande cidade foi sequestrada, foi tomada e levada para o cativeiro; todas as suas crianças também foram esquartejadas. Lançaram sortes para decidir o destino dos seus nobres; todos aqueles que até então eram poderosos, foram acorrentados como animais.

Tu, de igual modo, serás embriagada; ficarás em oculto a fim de buscar algum refúgio e fugir do inimigo. Todas as tuas fortalezas serão como figueiras com figos novos; quando sacudidos, caem na boca faminta. Observa bem as tuas tropas: pobres, não passam de mulheres! Os teus portões estão escancarados para os teus inimigos; o fogo devorou as tuas trancas e fechaduras. Tira água para o tempo de sequidão do cerco militar! Reforça as tuas fortalezas; entra na lama, amassa o barro, pega a forma para fazer tijolos! Eis que o fogo te consumirá ali; e o fio da espada haverá de te exterminar; a espada te devorará como o gafanhoto devastador.

Multiplica-te como os gafanhotos devastadores, multiplica-te como os gafanhotos migradores! Multiplicaste teus comerciantes mais do que as estrelas do céu; o gafanhoto devastador estende as asas e sai voando. Teus príncipes são como os gafanhotos migradores, e teus oficiais e soldados, como exames de outros gafanhotos que se acampam junto às muralhas nos dias de frio; quando chega o sol, voam, sem que ninguém saiba para onde foram.

Ó rei da Assíria, teus governantes adormecem; teus nobres repousam, teu povo está espalhado pelos montes, sem que ninguém os pastoreie e ajunte. Não há cura para a tua chaga; a tua ferida é de morte! Todos os que forem informados sobre o que aconteceu contigo haverão de aplaudir a tua queda; pois, quem não tem sofrido por causa da tua malignidade e crueldade sem limite? (Capítulo 3).

Conclusão

A época do livro de Naum foi aproximadamente 660 antes de Cristo e do livro de Jonas no Antigo Testamento aproximadamente 760 antes de Cristo, ou seja, os fatos de Jonas aconteceram mais ou menos 100 anos antes, porém o palco é o mesmo: a cidade de Nínive entrou em cena.

Se Naum profetiza a destruição, o que de fato aconteceu em 612 antes de Cristo, para essa cidade naquele tempo rica e poderosa, mas ao mesmo tempo insensata e desumana, ninguém pode dizer que Deus não usou de profundo amor e misericórdia tentando trazê-los para perto:

“Ora, Jonas, tens compaixão desta planta, embora não tenhas cuidado dela: não fizeste crescer nem a podaste, ela simplesmente nasceu numa noite e na outra noite morreu. Por outro lado, Nínive tem mais de cento e vinte mil seres humanos que não sabem discernir entre a mão direita e a esquerda, tampouco entre o bem e o mal, além de muitos animais inocentes. Não haveria Eu de ter pena dessa grande cidade?” (Jonas 4.10-11).

O juízo nunca vem sem antes Deus levantar e usar o profeta. O inocente não é julgado pelo que não sabe, mas quando é conhecedor e prática ele se torna réu.

Essa história nos ajuda a repensar os que muitas pessoas dizem: Deus é amor, mas também justiça. Pense nisso e não barateie a graça! Vivemos numa geração em que tudo pode esperar e que a graça resolve tudo.

Uma coisa é viver na graça, outra coisa é abusar e não valorizar a graça manipulando-a para dar margens e sustentações vãs para os nossos descaminhos. Se cuide. Essa foi à história de Naum.

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