Herodes foi um personagem bíblico bastante conhecido especialmente no Novo Testamento. Aqui daremos destaque especialmente a dois: Herodes, o Grande e Herodes Antipas.
O nome de Herodes, bem como de seus descendentes está ligado à malignidade do coração que resultou nas ordens de assassinatos, por exemplo, quando Herodes, chamado o Grande, mandou matar todas as crianças de Belém, de até dois anos de idade, no período do nascimento de Jesus (Mateus 2.16).
Ou ainda quando seu filho Herodes Antipas, mandou decapitar a João Batista influenciado por Herodias e Salomé, filha de Herodias (João 14.1-11).
Herodes, o Grande
Indice
Herodes, chamado o Grande, recebeu do senado romano, o título de “rei da Judeia” e, por isso, ficou conhecido como “rei dos judeus”. Herodes é apresentado por Mateus como “rei Herodes” (Mateus 2.1).
Durante o seu reinado, Herodes mandou matar todas as crianças de Belém, de até dois anos de idade. Nessa época Jesus estaria em seu segundo ano de vida e essa ordem fez com que por orientação divina, José e Maria, fugissem com o menino Jesus para o Egito e permanecessem lá até a morte de Herodes (Mateus 2.13-15).
O rei Herodes
O evangelho de Jesus segundo escreveu Mateus registra: “Após o nascimento de Jesus em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, eis que alguns sábios vindos do Oriente chegaram a Jerusalém. E, indagavam: ‘Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Pois do Oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo’. Quando o rei Herodes ouviu isso, ficou perturbado e toda a Jerusalém com ele” (Mateus 2.1-3).
Sendo assim, Herodes convocou os responsáveis pela religião e pela moral da terra dos judeus – os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo – o grupo que se une contra Jesus.
Nessa reunião, Herodes perguntou de onde havia de nascer o Cristo e eles responderam que da Judeia. Então Herodes chamou os sábios e interrogando-os, mandou-lhes para Belém e disse: “Ide e perguntai diligentemente pelo menino, e quando o achardes, comunicai-me, para que também eu vá e o adore” (Mateus 2.8). A intensão de Herodes era outra totalmente diferente.
Após terem ouvido o rei Herodes, os sábios seguiram o seu caminho e ao chegarem encontraram Maria e Jesus e sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, retornaram posteriormente para sua terra, por outro caminho.
Quando Herodes percebeu que havia sido iludido pelos sábios, irou-se terrivelmente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e em todas as circunvizinhanças.
O governo de Herodes
Herodes, o Grande, reinou de 39 a.C. a 04.a.C., ano em que morreu, contudo as Sagras Escrituras não indicam as causas, portanto pode entender-se que foi por causas naturais e avançada idade.
A sucessão de Herodes
Herodes foi sucedido por pelo menos esses filhos: Arquelau, Antipas e Filipe II.
O Arquelau é mencionado por Mateus logo a seguir do comunicado da morte de Herodes: “Mas, ao ouvir que Arquelau estava reinando na Judeia, em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir pra lá (José ficou com medo). Contudo, tendo sido avisado em sonho por divina revelação, seguiu as regiões da Galileia” (Mateus 2.22).
O Filipe II, conta-nos Lucas, foi tetrarca da Itureia e Traconites: “No décimo quinto ano do reinado de Tibério Cesar, época em que Pôncio Pilatos foi governador da Judéia; Herodes, tetrarca da Galileia e seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene” (Lucas 3.1). Ser tretarca, em grego tetrarches, significa “aquele que rege uma grande parte do império”.
E o mais conhecido foi Herodes Antipas.
Herodes Antipas
Herodes Antipas era tetrarca da Galileia e Pereia, que foi herança do seu pai Herodes, o Grande, quando dividiu seu reino entre seus muitos filhos.
Antipas mandou decapitar João Batista
Herodes tinha mandado prender João por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, pois o profeta havia o advertido que não lhe era licito cumprir sua intensão de esposá-la.
Tendo chegado o dia da celebração do seu aniversário, a filha de Herodias, chamada Salomé, dançou diante de todos e muito agradou a Herodes, por causa disso, ele lhe prometeu, sob juramento, conceder qualquer pedido que ela desejasse e ela influenciada por sua mãe pediu a ele a cabeça de João Batista, decapitada, num prato.
Herodes ficou angustiado com o pedido, contudo como havia jurado, ordenou que lhe fosse dado o que ela pedira e assim mandou decapitar João na prisão.
A cabeça de João Batista foi levada num prato e entregue à jovem, que a entregou à mãe.
Jesus é interrogado por Herodes
Jesus havia sido traído e se entregue nas mãos dos pecadores, naqueles dias, todo o conselho dos principais líderes judeus levantaram-se e conduziram Jesus a Pilatos. (Lucas 23.8-12)
Contudo, quando Pilatos foi informado que Herodes estava em Jerusalém, mandou-lhe Jesus e este mesmo o interrogou.
Assim que Herodes viu a Jesus, expressou grande satisfação, pois havia muito que desejava conhece-lo, por ter ouvido falar sobre sua fama, tinha também a expectativa de vê-lo fazer algum sinal.
De muitas maneiras Herodes questionava a Jesus, mas o mestre nada lhe respondia. Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei estavam presentes e o acusavam com grande eloquência.
Porém Herodes, assim como os seus soldados, acabaram por ridicularizá-lo e zombar dele. Obrigaram-no a vestir-se com uma capa de aparente realeza e o mandaram de volta a Pilatos.
Inclusive naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos, que viviam um clima de inimizade, firmaram um pacto de reconciliação.
O caráter de Herodes Antipas
Não há dúvidas que o pecado dominava Herodes Antipas, seu pai e etc. Herodes era ainda um homem supersticioso e atormentado. Herodes havia ouvido sobre a fama de Jesus e afirmava aos seus servos que o filho de Deus na verdade era a ressurreição de João Batista que ele mandará matar (João 14.1-2).
Herodes ainda tinha um coração endurecido e os apelos de João Batista para seu arrependimento ainda ecoavam em sua mente perturbada pelo remorso – “E com muitas outras palavras João entusiasmava as multidões e lhe pregava as Boas Novas. Contudo, quando João admoestou Herodes, o tetrarca, por causa de Herodias, mulher do próprio irmão de Herodes, e devido a muitas outras obras perversas que havia praticado, Herodes acrescentou a todas essas maldades a de mandar João para a prisão” (Lucas 3.19).
Herodias mulher de Herodes
Herodias era mulher de Filipe I, irmão de Herodes Antipas – “Porque Herodes tinha mandado prender João, amarrar suas mãos e jogá-lo na prisão. Isso por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão” (Mateus 14.3).
Estudiosos afirmam que ela fora persuadida a abandonar o marido para casar-se com Herodes Antipas, cometendo assim, um incesto, enquanto o irmão de Herodes vivia, este último não podia se casar com sua cunhada ainda que divorciada do marido, visto que, pela lei, isso é considerado adultério.
João Batista falou francamente com o tetrarca, assim como todos que “quisessem ouvir” e o chamou ao arrependimento – “Pois, na ocasião, João havia admoestado a Herodes: ‘Não te é licito viver com a mulher do teu irmão’” (João 6.18). Herodes Antipas sabia que João era homem de Deus e estava certo em sua denúncia.
Mais sobre a família
Em nota, a bíblia de estudo “King James” reparte esse ensinamento: “Salomé, filha de Herodias, tinha cerca de 20 anos e dançou de forma lasciva diante de muitas autoridades, agradando a todos, em especial Herodes. O grande historiador judeu Flávio Josefo, que viveu entre os séculos I e II, conta que Salomé veio a se casar com um tio-avô, também chamado Filipe (filho de Herodes, o Grande), que reinou sobre as terras do norte” (Lucas 3.1).
O prato com João Batista decapitado
A nota segue: “O prato (Mateus 14.11), no qual a cabeça de João Batista é apresentada, era de madeira onde serviam as carnes nas festas. João permanecera por mais de um ano no cativeiro, devido à indecisão de Herodes, que além de permitir as visitas dos discípulos de João, também gostava de ouvir o profeta (Mateus 11.2)”.
A morte de Herodes Antipas
Há estudos que afirmam que ele foi exilado na Gália e por fim morreu na Espanha, mas sem haver confirmação das causas da morte.