O evangelho segundo Lucas nos conta que Jesus estava conversando com os seus discípulos valendo-se de parábolas (Lucas 16.1a) e que os fariseus, conhecidos por sua avareza, escutavam tudo isso e procuravam ridicularizar a Jesus, mas Ele lhes advertiu:
“Vós sois os que justificais a vós mesmos à vista das pessoas, todavia Deus conhece o vosso coração; pois àquilo que as pessoas atribuem grande valor é detestável aos olhos de Deus” (Lucas 16.14-15).
Os fariseus, munidos de sua boa cultura e aparente perfeição religiosa gostavam de serem bem reconhecidos e receberem os elogios que vem dos homens, pois amavam mais a honra terrestre do que a glória de Deus (João 12.43), mas Jesus os adverte que “Deus conhece o coração deles” e assim foi e sempre será, pois nada fica oculto aos olhos de Deus.
Portanto, nada é desapercebido e nada fica escondido aos olhos do Eterno. Ele conhece o nosso coração, bem como conhecia o coração dos fariseus, do rico da parábola, do Lázaro, entre outros.
Parábola o rico e Lázaro na bíblia
Indice
Sendo assim, Jesus propôs uma nova parábola e começando sua narrativa descreveu as características dos dois personagens principais: o rico avarento e Lázaro.
O homem rico vestia-se de púrpura e de linho finíssimo e vivia sempre cercado de luxos (Lucas 16.19) e Lázaro era um homem, cujo nome em hebraico significa “Deus me socorreu”, este, coberto de chagas, vivia de esmolas.
Lucas, autor desta carta, como médico e não sendo testemunha ocular da vida e ministério de Jesus, mas com o seu compromisso de investigar todas as informações em minucias para a elaboração de sua narrativa (Lucas 1.3), não poderia deixar passar a informação “das chagas” no corpo de Lázaro para expressar a profundidade e gravidade de suas feridas.
Jesus continua a sua narrativa dizendo que Lázaro foi abandonado do portão da residência do homem rico. Estudiosos e historiadores afirmam que a palavra grega traduzida no português como “abandonado” é “esbebleto” e que tem o literal sentido de “ser jogado”, ou seja, Lázaro estava ali realmente abandonado, jogado, desprezado, pior do que um objeto.
A parábola conta que Lázaro ansiava se alimentar ao menos das migalhas que caíssem da mesa (Lucas 16.21) tamanha era a sua necessidade e condição, contudo não obtendo a compaixão e o socorro necessário por parte do rico avarento (é essa a condição em que esse homem é descrito), até que ambos morreram.
A morte foi “igual” para os dois personagens dessa parábola, contudo os destinos foram totalmente diferentes.
Parábola o rico e Lázaro: Explicação
Na história da parábola ambos tinham vidas distintas e após a sua morte continuaram com suas histórias diferentes, porém os “papeis foram invertidos”.
O rico, cheio de si e suficiente em nele mesmo, avarento amando exageradamente as riquezas e o que elas ofereciam, bastou-se, sem compaixão agora recebia as consequências de sua indiferença e oposição não velada as Escrituras. Enquanto Lázaro, que sonhava com uma vida digna, a cura e ajuda, aceitou a vontade de Deus até aqui e realizou o seu sonho e alcançou sua recompensa.
Os papeis estão tão invertidos que agora quem mendiga é o rico para Lázaro (Lucas 16.24).
Diante da realidade tão conhecida por aquele homem e já que para ele não tinha mais jeito, suplicou que então Lázaro fosse até a sua casa anunciar aos seus familiares essas verdades para que não fossem parar naquele local tão terrível e cheio de tormentas (Lucas 16.27-28), contudo o pedido foi negado dizendo que “eles tinham Moisés e os Profetas para ouvirem” (Lucas 16.29). Abraão estava se referindo ao Antigo Testamento.
O destino do rico e Lázaro após a morte
Enquanto Lázaro foi “levado para junto de Abraão”, o rico avarento foi enviado ao Hades.
Ser levado a presença de Abraão, também conhecido como “seio de Abraão”, significa “como sendo o lar eterno dos justos”, estar num lugar de paz e felicidade, o verdadeiro repouso, onde vão todos os justos aguardando o “Dia do Senhor” – é a conhecida frase: “agora ele descansa do Senhor aguardando o dia da ressurreição”.
Quanto ao Hades, algumas versões traduzem a palavra como “inferno”, contudo “Hades” ou “Sheol” (em hebraico) refere-se ao lugar para onde vão todas as almas após a morte física. A Bíblia de estudos “King James” explica em suas observações que: “O Hades é dividido em duas áreas: paraíso e o lugar do tormento, onde os ímpios esperam pelo Juízo final para a condenação (Apocalipse 20.11-15)”.
Os tormentos começam no “Hades” que possuem todas as características do fogo do inferno como Jesus comentou nessa parábola (Lucas 15.23), pois ele disse que o homem rico estava ali em tormentos. Ainda segundo “King James”: O paraíso (seio de Abraão) está separado por um abismo intransponível entre o mundo inferior e os lugares celestes.
Conclusão sobre a parábola do Rico e Lázaro para nossas vidas.
A morte não é o fim de todas as coisas e nessa parábola Jesus abre o caminho para mais uma vez afirmar a existência do céu e do inferno e explicar que na terra todos somos passageiros, pois há uma vida e uma morte eterna ou uma condenação eterna nos esperando.
O céu e o inferno são de verdade. Alguns teólogos não reconhecem essa parábola como literal, mas o que importa é que Jesus abriu os olhos dos que ouviam naquele momento e de todos àqueles que ainda ouvirão, assim como nós hoje.
E então, Jesus encerra a parábola dizendo que o rico avarento pede que “alguém dentre os mortos” vá ter com seus familiares para que então se arrependam, contudo conclui que se o coração de alguém estiver avesso ao Espírito e a Palavra for rejeitada, não há evidência de milagre a vista humana que façam que se arrependam.
O rico rejeitou a Palavra, a parábola diz que os seus familiares tinham acesso a Palavra e por isso deveriam ouvir.
Preste atenção: Assim como proclama o Espírito Santo:
“Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como ocorreu na rebelião, durante o tempo da provação no deserto, onde vossos pais me tentaram, pondo-me a prova, ainda que, durante quarenta anos, tenham contemplado as minhas obras; Por este motivo, me indignei contra essa geração e declarei: ‘O coração destes está sempre se desviando e não reconheceram os meus caminhos’!” (Hebreus 3.7-10).
“Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz a igreja”. Sim, essa é uma Palavra do Apocalipse e não há absolutamente nenhuma heresia em encaixá-la aqui, pois o Espírito Santo está falando.
E você, o que fará depois de ler essa palavra?