Na carta aos Gálatas no Novo Testamento Bíblico, o apostolo Paulo escreveu inspirado pelo Espírito Santo sobre o “Fruto do Espírito” e ali ele observou às suas virtudes (5.22-23), entre elas está à benignidade como evidência da presença do Espírito Santo na vida de um cristão, pois como disse certa vez o Dr. Samuel Doctorian, numa pregação sobre o batismo com o Espírito Santo: “Se o Espírito Santo habita em mim, as características do fruto me pertencem”.
A benignidade pode e dever ser real em todas as suas formas de expressão na vida de todo filho e filha de Deus.
Significado de benignidade
Indice
Benignidade é a qualidade de quem é benigno, ou seja, dotado de boas características. A benignidade significa gentileza e doçura de temperamento.
Uma pessoa que é benigna possui a disposição graciosa da qual exala ternura e compaixão com a predisposição de fazer o que é bom.
A benignidade está associada à bondade, com fios de diferença, que também se destaca com uma virtude do “Fruto do Espírito Santo” descrita pelo apostolo em sua carta.
Não há como desassociar essas características do Espírito Santo, pois é parte do Seu caráter e “os que pertencem a Jesus Cristo crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos de igual modo sob a direção do Espírito” (Gálatas 5.24-25). Só é possível ter um temperamento transformado pelo amor sendo habitado pelo próprio Amor (1ª João 4.8).
A benignidade tem origem no amor e na prática a benignidade é o amor compassivo, caráter excelente, o valor devido e necessário ao nosso semelhante, à gentileza na ação com o próximo, a misericórdia sobre aqueles considerados “mais fracos na fé” emanada de um coração humilde e cheio de graça.
Benignidade está Ligada ao Relacionamento
A benignidade está diretamente ligada ao relacionamento com as pessoas porque elas são o alvo desse toque de graça que só o Espírito Santo pode produzir na vida do ser humano com sua natureza caída e manchada pelo pecado.
O apóstolo Paulo vai escrever novamente, agora aos “Colossenses”: “Assim, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revesti-vos de um coração pleno de compaixão, benignidade (em algumas versões a palavra traduzida será bondade, porém é válido lembrar que benignidade e bondade estão com fios de diferença pelas suas semelhanças), humildade, mansidão e paciência.
Zelai uns pelos outros e perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha algum protesto contra o outro, assim como o Senhor vos perdoou, assim também procedei. Acima de tudo, no entanto, revesti-vos do amor que é o elo da perfeição” (3.12-14). Há atitude mais nobre e santa, partida do Amor, manifesta pelo Espírito, do que um coração que a disposição de perdoar? Certamente ainda não se descobriu algo igual, quem sabe um dia se descobrirá.
Características de um Benigno
O benigno tem o interesse pelo outro, pois sabe que atrás de um rosto há uma história com suas marcas gravadas: alegrias, tristezas, decepções e feridas.
O benigno chora quando o outro chora. O benigno sorri com o sorriso alegre do seu semelhante, o benigno tem a capacidade e se esforça para ser um e alcançar a dádiva da unidade com todos aqueles que estão em sua volta, pois entende que as pessoas não se acercam por acaso, mas há um Deus coordenando tudo e tem propósitos e pensamentos que são maiores e mais altos do que os propósitos e pensamentos humanos (Isaías 55.8-9).
Numa sociedade cada vez mais individualista, a benignidade faz com que haja um interesse santo uns pelos outros na medida exata da necessidade total das pessoas. Contudo, nós que já entendemos a essência do evangelho de Jesus, estamos no mundo, mas não pertencemos a ele, somos chamados para fazer a diferença sendo sal da terra e luz do mundo (Mateus 5.13-16).
Desafio da Benignidade
Uau, que grande desafio! Porém, como mencionamos acima, a benignidade é obra do Espírito Santo na vida humana, portanto não é simplesmente por nossa força, mas é pela força d’Ele.
O que nos cabe? Decidirmos viver assim e nos entregarmos a Ele deixando que Ele nos molde.
Tudo isso vai custar? Sim, vai custar carregar a cruz da renuncia (Lucas 9.23-24), mas Nele e com Ele tudo o que é difícil se torna possível.