O termo maná aparece pela primeira vez no Antigo Testamento. No cânon das Sagradas Escrituras, vemos o termo maná no livro do Êxodo como resposta de Deus diante de uma necessidade argumentada pelos israelitas aos líderes Moisés e Arão na peregrinação do povo no deserto rumo à terra prometida.
Maná do Céu
Indice
Na peregrinação no deserto, neste momento, os israelitas haviam chegado ao deserto de Sim, que estava situado entre Elim e o Sinai.
Os israelitas começaram a murmurar contra Moisés e Arão em pleno deserto, suas alegações eram: “Antes fossemos mortos pela mão de Yahweh na terra do Egito, quando estávamos sentados próximos às panelas de carne e podíamos comer pão com fartura! Evidentemente nos trouxeste neste deserto para fazer toda essa multidão morrer de fome” (Êxodo 16.3), porém nesse momento o próprio Deus que estava cuidando atentamente de tudo e que nada escapa de seu atento olhar, disse a Moisés:
“Eis que farei descer pão do céu! Sairá o povo e colherá a porção de cada dia, a fim de que Eu ponha à prova para ver se anda ou não na minha lei; Porém, no sexto dia, trarão para serem preparados dois tantos do que recolheram nos outros dias.” (Êxodo 16.4-5).
Diante da resposta do Eterno, o Moisés e o Arão viraram-se para o povo presente naquele deserto e os aquietaram dizendo: “À tarde sabereis que foi o Senhor quem vos fez sair da terra do Eito e pela manhã, vereis a glória do Senhor, porquanto Yahweh ouviu as vossas murmurações contra Ele. Nós, contudo, o que somos para que reclameis contra nós? O Senhor vos dará, esta tarde, carne para comer e, pela manhã, pão com fartura, pois ouviu a vossa queixa contra Ele. Porquanto nós, o que somos? Não são contra nós as vossas murmurações e, sim, contra a pessoa de Yahweh” (Êxodo 16.6-8), e, de fato, momentos depois a palavra do Eterno, fiel e verdadeira, se cumpriu. Conta-nos o texto bíblico que mais uma vez os israelitas viram a glória do Senhor.
No final da tarde daquele mesmo dia, Deus vez com que grande número de codornas aparecesse sobre o acampamento deles, cumprindo sua palavra e na manhã seguinte, ao amanhecer, havia uma camada de orvalho ao redor de onde eles estavam e quando se evaporou a camada de orvalho, flocos semelhantes à geada estavam depositados sobre a areia do deserto, contudo os israelitas avistavam aquilo, mas não entenderam, então Moisés explicou a eles que aquela era a resposta de Deus para suas questões e necessidades, era o “pão do céu”, que aquilo, assado ou cozido, serviria de alimentos para todos, pois o Eterno não deixa um sequer para traz, aquilo era o maná do céu, era o pão que Deus havia dado para alimentar a todos.
A orientação era a seguinte: a partir daquele momento cada chefe de família deveria colher diariamente o que era necessário para alimentar os seus, o colhimento deveria ser diário porque no dia seguinte aquele produto se tornava inadequado para consumo, pois estragava. Os israelitas precisavam depender do Senhor dia após dias, o Pai estava os ensinando.
Essa orientação só tinha uma exceção as sextas, pois nesse dia eles deveriam colher o suficiente para a sexta e o sábado, pois o sábado deveria ser guardado segundo a lei, e como era o Eterno quem coordenava tudo, ao contrário dos outros dias, o que era colhido as sextas, sendo cozido ou assado preparado para o sábado, não se estregava, contudo no domingo o colhimento deveria retornar, segundo a sua ordem.
Os israelitas deram o nome daquele alimento de mán, no hebraico, ou seja, maná. Aquele pão era branco como semente de coentro e tinha gosto de bolo de mel (Êxodo 16.31). Um detalhe mencionado no próprio contexto é que um jarro foi cheio com maná e depositado na Arca do Testamento para que as futuras gerações pudessem ver a provisão através do pão que Deus havia dado no deserto.
Os israelitas comeram o maná durante quarenta anos até chegarem a uma terra habitável, comeram até chegarem às fronteiras de Canaã.
Jesus, o Maná…
No Novo Testamento, Jesus, o Deus Conosco, disse:
“Eu sou o Pão Vivo que desceu do céu, se alguém comer deste pão, viverá eternamente, e o pão que deverei dar pela vida do mundo é a minha carne” (João 6.51).
O maná para os israelitas foi à exata provisão do céu para suas necessidades. Jesus é a exata provisão do céu para as necessidades humanas, bem como para tirar-nos do reino das trevas e conduzir-nos para o reino do seu grande amor.
O maná para os israelitas não caiu do céu como chuva, mas veio do céu como resposta. Jesus veio do céu para se misturar com a gente, resposta do amor reconciliatório de Deus com a humanidade, o próprio Deus conduzindo o mundo para si novamente. Jesus é o pão que desceu do céu para matar a fome em todas as esferas da vida humana, bem como vencer a morte e dar direito a todos “que come d’Ele”, experimentarem a vida eterna, ao invés da morte eterna.
Conclusão…
Sobre a resposta do Eterno aos israelitas e seu desejo de ensiná-los sobre dependência diária, é impossível esquecer-se do ensino de Jesus: “Não andeis ansiosos por coisa alguma… não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará suas próprias preocupações. É suficiente o mal que cada dia traz em si mesmo” (Mateus 6.25-34).
É vontade do Pai que seus filhos não se esqueçam d’Ele em nenhum momento e por isso dependam d’Ele diariamente. Essa iniciativa não é para torturar, mas para gerar comunhão, entrega e mostrar o quanto Ele é fiel, sempre cuidou e sempre cuidará de detalhes daqueles da vida dos que são d’Ele.
Acréscimos: O maná como recompensa à Pérgamo.
Jesus disse através de João à igreja em Pérgamo nas escrituras do Apocalipse: “Ao vencedor proporcionarei do maná escondido…” (2.17). O maná escondido aqui se refere ao privilegio que todos os cristãos sinceros têm de participar da grande “bodas do Cordeiro” (Apocalipse 19.9).
Sim, é “o alimento divido” que só os cristãos experimentarão um dia. Quem está Nele jamais terá “fome na vida”, pois desde que se entregou a Ele, essa necessidade estará para sempre suprida de uma forma ou de outra, contudo na medida certa da necessidade.