O sacerdote era a pessoa que apresentava e ministrava sacrifícios na forma de ofertas a Deus em favor dos homens.
Alguns estudiosos relacionam opostamente a função de um sacerdote com a função de alguém que exerce a profecia, pois no caso da profecia é relação reveladora de Deus para com o homem, já o sacerdócio é a ação do homem para com Deus.
O que era Sacerdote?
Indice
O sacerdócio exercia essa representação de um para o outro, era uma espécie de “caminho ou ligação” para qual a humanidade chegasse a Deus, fosse justificada dos seus pecados, mas para isso precisava de um mediador consagrado para essa função, ai entra a figura do sacerdote, mencionada especial no Antigo Testamento Bíblico. Por exemplo: Nos tempos antigos da velha aliança um chefe de família exercia a condição de um sacerdote representando a sua família diante de Deus (Gênesis 8.20 – Noé), lembre-se de Abraão que tendo o seu coração provado chegou a oferecer o seu filho prometido como sacrifício ao Eterno (Gênesis 22.1-19).
Os da tribo de Levi, entre os israelitas foram designados para as funções sacerdotais, bem como saíram dai nesse tempo os “sacerdotes arônicos” (de Arão para os seus filhos – descendentes) que eram os mediadores entre Deus e os homens (Êxodo 29.9 – Êxodo 29.44), função que seguiu-se necessária ao longo da história na Velha Aliança.
O Sumo Sacerdote
É certo que não há uma conclusão quanto à autoria da carta aos Hebreus no cânon do Novo Testamento, contudo nem os mais renomados estudiosos da Palavra de Deus podem questionar a sabedoria das palavras escritas ali, bem como da unção inspiradora do Espírito Santo. Em um determinado momento, a carta registra essas palavras:
“Concluindo, tendo em vista que temos um grande sumo sacerdote que foi capaz de adentrar os céus, Jesus, o Filho de Deus, mantenhamos com firmeza nossa declaração pública de fé, pois não temos um sumo sacerdote que não seja capaz de compadecer-se das nossas fraquezas, mas temos o Sacerdote Supremo que, à nossa semelhança, foi tentado de todas as formas, porém sem pecado algum. Portanto, acheguemo-nos com toda a confiança no trono da graça, para que recebamos misericórdia e encontremos o poder que nos socorre no momento da necessidade” – Hebreus 4.14.16.
A despeito de todo e qualquer ministério sacerdotal, no passado, a Palavra garante que Jesus é o Sacerdote Supremo, o grande mediador. Ser “O Supremo” significa que Ele está acima de qualquer coisa, se encontra no limite máximo, extraordinário, extremo, mais importante e principal.
Havia grande expectativa entre as pessoas quando um sacerdote iria entrar no local sagrado para oferecer ao Eterno os sacrifícios, contudo Jesus não entrou no lugar sagrado simplesmente, Jesus entrou no lugar divino, o céu.
Jesus não está na condição do sacerdote que apresenta um sacrifício, Jesus está na condição de ser o sacerdote que é “O Sacrifício”, único e eternamente suficiente para o perdão dos pecados e justificação dos que recebem o seu grande amor.
Um sacerdote ainda que não é indiferente a situação humana, mas sendo tentado de todas as formas, suportando e sendo aprovado, com legitimidade pode ser a oferta perfeita e agradável, bem como o caminho de volta para o Deus Pai.
O Sacerdócio Santo
A carta de 1ª Pedro 2.4-5 registra assim: “Achegando-vos a Ele, a Pedra Viva, rejeitada pela humanidade, mas eleita e preciosa para Deus, vós também, como pedras vivas, sois edificados como Casa espiritual, com o propósito de serdes sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo”.
Jesus, a Pedra Viva, tem todo o poder e Ele é o reconciliador da humanidade para com Deus, bem como o único Caminho que nos leva ao Pai (2ª Coríntios 5.19; João 14.6), o mediador, o Sumo Sacerdote, e nós recebemos Dele essa missão também: Os que já foram reconciliados e estão nesse caminho de discipulado devem exercer o ministério da reconciliação (mediação) da humanidade para com Deus através do Evangelho de Jesus.
Ele é a Pedra Viva, em maiúsculo, e nós somos as pedras vivas, em minúsculo, pois somos nascidos Dele, Nele está nossa essência e estrutura, e temos o proposito de exercer o sacerdócio, não como uma função limitada, mas como a dádiva dada a todos os cristãos movidos pelo Espírito Santo baseado na obra de remissão de Jesus.
Aquele que o aceita, pela ação do Espírito na vida do cristão, passa a ser templo do Santo, portanto o lugar Santo, a Igreja, está em nós, bem como exerce o sacerdócio da graça. Oferecer sacrifícios aqui é ter o coração, dia após dia, em constante consagração e seguindo as orientações da Pedra Viva que é Jesus. Isso é dádiva. Isso é graça!