Débora, esposa de Lapidote, era profetiza (Juízes 4.4). Única mulher juíza entre todos os juízes de Israel, no seu tempo, dava expediente debaixo da palmeira de Débora, que ficava entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim (Juízes 4.5). Débora também recebeu o nome de “mãe de Israel” (Juízes 5.7), era cheia do Espírito Santo, mulher com muito carisma, sabedoria, fé e coragem.
Grande personagem com breve passagem nos relatos das Sagradas Escrituras, vemos sua história no livro de Juízes nos capítulos quatro e cinco. Há outra Débora mencionada no A.T., mas essa era ama fiel de Rebeca, em Gênesis 24.59.
Contexto da época de Débora
Indice
O povo de Israel procurava buscar resolver suas questões e para isso procuravam sempre por Débora, naquele tempo o povo de Israel estava agindo mal diante de Deus novamente e fazendo tudo quanto era perverso aos seus olhos, sendo assim, Deus mesmo os entregou nas mãos de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor.
Sísera, era comandante do exercito ali. Os israelitas clamavam a Deus por livramento, pois durante vinte anos, Jabim, o rei, os oprimiu cruelmente.
História de Débora Segundo Juízes
Num determinado dia, Débora mandou dizer a Baraque, um guerreiro da época, que ele deveria guerrear contra o exército de Jabim e que Deus lhe daria a vitória sobre essa batalha: “Está claro pra mim que o Eterno, o Deus de Israel, ordena isso a você:
“Suba ao monte Tabor e prepare-se para a guerra, leve contigo dez mil soldados de Naftali e Zebulom, eu me encarregarei de mandar Sísera, o comandante do exercito de Jabim, ao rio Quisom com os seus carros e tropas, pois garanto que você vencerá a batalha” (Juízes 4.6-7).
Contudo, Baraque ficou receoso e disse que só iria se Débora os acompanhasse, ela concordou: “Claro que vou acompanha-lo, mas entenda que, com essa atitude, a honra não será sua, pois o Eterno usará uma mulher para liquidar Sísera” (Juízes 4.9). Depois disso ambos foram rumo a Quede e Baraque convocou Naftali, Zebulom e os dez mil soldados.
Com todo esse movimento, Sísera foi informado que Baraque havia subido ao monte Tabor e convocou imediatamente todos os seus carros para o rio Quisom (eram um total de novecentos carros de ferro) e todos os soldados que estavam com ele em Harosete-Hagoim.
A partir daí Debora deu a orientação para atacar garantindo a vitória do Eterno sobre a tropa de Sísera, portanto Baraque desceu para o ataque e recebeu vitória da parte do Senhor dando sobrando um soldado sequer, como a profetiza havia garantido.
O único no meio da batalha que conseguiu fugir foi o comandante Sísera, contudo chegando a porta da tenda de Jael, esposa do queneu Héber, pediu-lhe abrigo e proteção, a que Jael saiu ao encontro de Sísera e lhe disse para não temer e que ele poderia ficar ali.
Sísera entrou, pediu que Jael ficasse de guarda na porta, coberto no local, caiu num sono profundo, tendo visto essa cena, Jael aproveitou a situação e matou Sísera, conforme registro sagrado. Após o ato, Jael saiu ao encontro de Baraque e o chamou para ver onde Sísera estava, já morto.
Naquele dia, Deus tirou o poder de Jabim, rei de Canaã, sobre o povo de Israel, que continuou a apartar o cerco em torno de Jabim até que não sobrou nada dele.
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O cântico de Débora
A palavra do Eterno dada pela profetiza se cumpriu e ambos (Débora e Baraque) entoaram um cântico, pois na época comemorar um feito nacional com poesias e cânticos era prática comum, este cântico é um dos mais antigos da Bíblia, e ali declararam:
“Consagrem-se para a guerra os chefes de Israel. Voluntariamente o povo se apresenta. Louvem o Senhor! Ouçam, ó reis! Governantes, escutem! Cantarei ao Senhor, cantarei; comporei músicas ao Senhor, o Deus de Israel.
Ó Senhor, quando saíste de Seir, quando marchastes desde os campos de Edom, a terra estremeceu, os céus gotejaram, as nuvens despejaram água! Os montes tremeram perante o Senhor, o Deus do Sinai, perante o Senhor, o Deus de Israel.
Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, as estradas estavam desertas; os que viajavam seguiam caminhos tortuosos. Já tinham desistido os camponeses de Israel, já tinham desistido, até que eu, Débora, me levantei; levantou-se uma mãe em Israel.
Quando escolheram novos deuses, a guerra chegou às portas, e não se via um só escudo ou lança entre quarenta mil de Israel. Meu coração está com os comandantes de Israel, com os voluntários dentre o povo. Louvem o Senhor!
Vocês, que cavalgam em brancos jumentos, que se assentam em ricos tapetes, que caminham pela estrada, considerem! Mais alto que a voz dos que distribuem água junto aos bebedouros, recitem-se os justos feitos do Senhor, os justos feitos em favor dos camponeses de Israel.
“Então o povo do Senhor desceu às portas. Desperte, Débora! Desperte! Desperte, desperte, irrompa em cânticos! Levante-se, Baraque!
Leve presos os seus prisioneiros, ó filho de Abinoão! Então desceram os restantes e foram aos nobres; o povo do Senhor veio a mim contra os poderosos. Alguns vieram de Efraim, das raízes de Amaleque. Benjamim estava com o povo que seguiu você.
De Maquir desceram comandantes; de Zebulom, os que levam a vara de oficial. Os líderes de Issacar estavam com Débora; sim, Issacar também estava com Baraque, apressando-se após ele até o vale. Nas divisões de Rúben houve muita inquietação.
Por que vocês permaneceram entre as fogueiras a ouvir o balido dos rebanhos? Nas divisões de Rúben houve muita indecisão. Gileade permaneceu do outro lado do Jordão. E Dã, por que se deteve junto aos navios? Aser permaneceu no litoral e em suas enseadas ficou. O povo de Zebulom arriscou a vida, como o fez Naftali nas altas regiões do campo. Vieram reis e lutaram.
Os reis de Canaã lutaram em Taanaque, junto às águas de Megido, mas não levaram prata alguma, despojo algum. Desde o céu lutaram as estrelas, desde as suas órbita, lutaram contra Sísera. O rio Quisom os levou, o antigo rio, o rio Quisom. Avante, minh’alma! Seja forte! Os cascos dos cavalos faziam tremer o chão, galopavam, galopavam os seus poderosos cavalos.
‘Amaldiçoem Meroz’, disse o anjo do Senhor. ‘Amaldiçoem o seu povo, pois não vieram ajudar o Senhor, ajudar o Senhor contra os poderosos.’ Que Jael seja a mais bendita das mulheres, Jael, mulher de Héber, o queneu! Seja ela bendita entre as mulheres que habitam em tendas! Ele pediu água, ela lhe deu leite; numa tigela digna de príncipes trouxe-lhe coalhada.
Ela estendeu a mão e apanhou a estaca da tenda; e com a mão direita o martelo do trabalhador. Golpeou Sísera, esmigalhou sua cabeça, esmagou e traspassou suas têmporas. Aos seus pés ele se curvou, caiu e ali ficou prostrado.
Aos seus pés ele se curvou e caiu; onde caiu, ali ficou. Morto! Pela janela olhava a mãe de Sísera; atrás da grade ela exclamava: ‘Por que o seu carro se demora tanto? Por que custa a chegar o ruído de seus carros?’ As mais sábias de suas damas respondiam e ela continuava falando consigo mesma: ‘Estarão achando e repartindo os despojos? Uma ou duas moças para cada homem, roupas coloridas como despojo para Sísera, roupas coloridas e bordadas, tecidos bordados, para o meu pescoço, tudo isso como despojo?’
Assim pereçam todos os teus inimigos, ó Senhor! Mas os que te amam sejam como o sol quando se levanta na sua força. E a terra teve paz durante quarenta anos” (Juízes 5.2-32).
Conclusão
Da mesma maneira em que há homens e mulheres que na história não serviram de referência, há outros homens e mulheres que são inspiração para as gerações. Débora, pelo pouco que conhecemos sobre sua história, foi inspiração de intimidade com Deus, sabedoria, fé e coragem.
Ao mesmo tempo, podemos contemplar a fidelidade de Deus que fala e cumpre a sua Palavra. Portanto, uma palavra para o seu coração: Deus não muda, se foi fiel no passado, será fiel hoje e será fiel para sempre.