A festa da Páscoa estava se aproximando e Jesus tinha plena consciência que seu ministério na terra estava prestes a se consumar com a sua entrega para a morte sacrificial na cruz do calvário.
Essa conexão com o Deus Pai sempre o fez entender “tempo a tempo”, Ele nunca perdeu os olhos do seu alvo, tão pouco se distraiu perdendo o foco da missão.
No evangelho segundo escreveu João, especialmente, se lê referências dessa consciência plena: “Ainda não era chegada a hora” (8.20) ou “É chegada a hora” (17.1).
Na noite que estava destinada a sua prisão pelas mãos dos pecadores, a mesa estava posta e ao lado Dele estavam os doze discípulos que nos últimos tempos caminhavam ao seu lado.
Entre eles estava aquele que seria o canal para a prisão através de sua atitude de traição já ministrada no seu coração pelo Diabo e arquitetada com as autoridades competentes.
Contudo mesmo diante desse cenário, nada pôde mudar a essência de Jesus: A sua essência é o amor.
Estando a mesma, o João nos conta que Jesus levantou-se, tirou a sua capa, colocou uma toalha em sua cintura, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, inclusive de Judas, o Iscariotes, traidor do Filho de Deus (João 13.4-5).
O gesto de Jesus causou surpresa entre eles, especialmente em Pedro (João 13.6-9), pois era um serviço destinado a escravatura com peso de humilhação, porém Jesus estava valendo-se da oportunidade para ensinar-lhes um pouco mais sobre O amor, O perdão, A humildade e O serviço uns para com os outros, independente de quem fosse o “seu próximo” e seus méritos.
A certeza do “tempo a tempo” não deixava Jesus perder as oportunidades e O amor sempre foi maior do que qualquer outra coisa.
Nessa mesma noite, Jesus prediz aos seus amados sobre a traição que estava por vir. Ele não se alegrava daquilo, mas as escrituras precisavam se cumprir e havia brecha no “intratável” coração de Judas. Inclusive naquela noite Ele afirmou que o traidor estava entre eles (Mateus 26.21; Marcos 14.18).
Para espanto completo, consternados e perplexos (Marcos 14.19; João 13.22), eles começaram a questionar entre si quem seria o que estava por fazer isso (Lucas 22.23).
O Mateus registra que em seguida Judas indagou Jesus se seria ele mesmo o traidor ouvindo do Messias um sonoro sim que teólogos do texto acreditam ter sido em voz baixa para que os demais não escutassem (Mateus 26.23-25).
O João diz que houve uma resposta mais concreta por parte de Jesus ao entregar-lhe um pedaço de pão molhado e que ao comer, Satanás entrou em Judas e ele se retirou da mesa rapidamente sem que os demais entendessem o que estava acontecendo (João 13.26-30).
Provavelmente na mesma mesa foi revelado a Pedro, mesmo diante do seu juramento de fidelidade eterna que “antes que o galo cantasse três vezes, ele negaria a Jesus” (Lucas 22.34).
A ultima Ceia do Senhor
Indice
Nesse contexto está imposta a “Santa Ceia do Senhor”, da qual o apóstolo Paulo declara:
“Pois eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, logo após haver dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de comer, Ele tomou o cálice e declarou: Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Portanto, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice proclamais a morte do Senhor, até que Ele venha” (1ª Coríntios 11.23-26).
1 – Jesus tomou o pão, deu graças, partiu e entregou aos seus discípulos: Nesse momento Jesus estava reafirmando o seu compromisso de entrega, pois o pão representava o seu corpo.
O mais incrível dessa frase é que ele partiu o pão dando graças, ou seja, mesmo diante de tudo que estava por vir, Ele agradeceu ao Pai por poder ser o sacrifício em nosso lugar, deu graças por ser a oferta, com o coração grato estava dizendo: “Eu serei partido ao meio e sou agradecido por isso”. Que amor é esse?
2 – Jesus tomou o cálice e instituiu a nova aliança: O cálice é símbolo do sangue. O sangue de Jesus que foi totalmente derramado nas madeiras da cruz e caído marcando o chão do Calvário.
Antes desse ato de redenção, na velha aliança, o que dominava nossa relação eram as obras que estavam fundamentadas na Lei.
Na nova aliança, nossa relação, céu e terra, não está mais fundamentada na dependência das obras da Lei, mas está fundamentada no sacrifício de Jesus, por sua morte expiatória, Ele ofereceu a nós redenção, justificação e adoção. Só Jesus é o caminho que nos leva a Deus.
3 – Até que Ele venha: Ele morreu, mas ao terceiro dia ressuscitou (João 19.1-18), vivo está e voltará para buscar a Sua igreja (Apocalipse 1.7-8). Tão certo como o ser humano necessita do oxigênio, essa palavra é digna de crédito.
A sequência da mesa…
No final daquele momento à mesa Jesus retirou-se e foi para o Monte das Oliveiras orar e assim consumar o que desde o inicio estava escrito pelas mãos do Eterno (Mateus 26.30; Marcos 14.26; Lucas 22.39).