Ezequias é do hebraico com significado “Jeová fortalece”. No terceiro ano de Oseias, filho de Ela, rei de Israel, Ezequias, filho de Acaz e Abia que era filha de Zacarias, foi proclamado rei em Judá. Ezequias foi pai de Manassés (2º Reis 20.21).
Quem foi o Rei Ezequias
Indice
Ezequias tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e governou vinte e nove anos em Jerusalém (2º Crônicas 29.1). Ezequias agiu de modo aprovado diante do Eterno, tal como havia procedido Davi, seu predecessor (2º Reis 18.1-3). Ezequias foi o 13º rei de Judá e reinou a partir de, acredita-se, 715 antes de Cristo.
Judá teve apenas seis reis cujos nomes passaram para história como “bons reis”, entre os 19 que ocuparam o trono, Ezequias estava nessa escassa lista que contava ainda com Asa, Josafá, Joás, Jotão e Josias.
As Escrituras Sagradas declaram que Ezequias depositou toda a sua confiança em Deus, o Amado Eterno, de modo que não houve ninguém semelhante ele, entre todos os reis de Jerusalém, nem antes nem depois.
Ezequias conservou-se fiel ao Eterno sem jamais se afastar Dele, bem como observou os mandamentos do Senhor conforme escreveu Moisés, por isso o Eterno esteve com ele e lhe concedeu prosperidade em tudo o que fazia (2º Reis 18.5-7).
O reinado de Ezequias
No primeiro ano do seu reinado, Ezequias mandou abrir a porta da Casa do Senhor e a reformou (2º Crônicas 29.3), reconhecendo o valor da Casa de Deus. Ezequias teve como iniciativa também restabelecer o culto a Deus em seu reinado (2º Crônicas 29-27-31), culto este que foi interrompido pelo seu próprio pai anteriormente (2º Crônicas 28.4).
Foi ele quem retirou os altares idolatras das colinas, pôs abaixo as colunas sagradas e destruiu os postes de adoração pagã. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés havia construído, pois até aquele tempo os israelitas lhe prestavam veneração queimando incenso.
Era conhecida como Neustã (2º Reis 18.4). Objetivou como prioridade pessoal servir a Deus. Restaurou a celebração da Páscoa (2º Crônicas 30.1-5). Derrotou os filisteus até as terras de Gaza, devastando seu território, desde as torres de vigia até as cidades fortificadas (2º Reis 18.8).
A Profunda Tristeza de Ezequias
Quando Senaqueribe, rei da Assíria, pelos mensageiros, afrontou Ezequias e seu povo colocando à prova sua confiança no Eterno e o próprio Deus (Eis que declara o rei: Não deixe que Ezequias vos engane, porque ele não será capaz de vos livrar da minha mão, tampouco vos convença Ezequias a depositar toda a vossa confiança em Deus, argumentando: ‘O Senhor, com toda a certeza, nos salvara e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria’ – 2º Reis 19-10).
Ezequias rasgou as suas vestes e cobriu-se de pano de saco em sinal de profunda tristeza e entrando na Casa do Senhor clamou: “Mas agora Eterno, nosso Deus, livra-nos de sua mão, te suplico, e que todos os reinos da terra saibam que só tu Senhor é Deus” (2º Reis 19.19) e a resposta do Eterno chegou:
“A virgem, a filha de Sião, te despreza e zomba de ti, a filha de Jerusalém meneia a cabeça atrás de ti. A quem insultante, blasfemaste? Contra quem elevaste arrogantemente a voz e olhaste com desdém? Contra o Santo de Israel. Por meio dos teus mensageiros ofendestes o Senhor…” (2º Reis 19.21-23)
Deus os feriu enviando um anjo e matou seu exercito (cento e oitenta e cinco mil guerreiros), livrando Judá (2º Reis 19-35-37). Ezequias teve muitas riquezas (2º Crônicas 32.27-29). Foi em seu reinado também que se bloqueou o manancial superior da fonte de Giom e mandou canalizar água para parte oeste da cidade de Davi.
A doença de Ezequias
Depois de tudo isso, Ezequias ficou muito enfermo, ele estava com úlcera, estando prestes a morrer. Isaías foi visita-lo e orientou que ele deixasse tudo em ordem, pois realmente não tinha muito tempo de vida. Contudo, Ezequias orou a Deus dizendo: “Lembra-te, ó Eterno, de quem eu sou e do que realizei. Tenho vivido honestamente diante de ti, o meu coração tem sido íntegro e constante, vivi para te agradar e fazer o que desejavas”.
Tendo dito essas palavras Ezequias chorou amargamente. Então, Isaías retornou a presença de Ezequias com uma resposta da parte de Deus e disse que ele seria curado, pois naquele momento o Senhor havia dito que ouvindo a oração de Ezequias concederia a ele esse milagre.
O Eterno acrescentou para Ezequias mais quinze anos de vida. Como sinal que Deus cumpriria o que havia prometido, Ezequias pediu que a sombra do sol recuasse dez graus, então Isaías orou e o sinal milagroso foi realizado (2º Reis 20.1-11).
Ezequias versus Babilônia
Logo depois o rei da Babilônia mandou uma carta e um presente para Ezequias por ter ouvido sobre a sua enfermidade, Ezequias ficou contente e apresentou aos mensageiros do rei o palácio e lhes mostrou todas as riquezas do seu reino.
Mais tarde o profeta Isaías perguntou quem eram aqueles homens e quando ouviu que haviam vindo da Babilônia, ele perguntou o que Ezequias havia mostrado e ele respondeu dizendo que não havia ocultado nada. Sendo assim, Isaías disse: “Ouça o que o Eterno tem a dizer: ‘Virá o dia em que tudo quanto pertence a você e tudo que seus antepassados deixaram como herança será levada para a Babilônia, não restará nada’. É o Eterno quem está dizendo. Ele não deveria ter aquela atitude. Pior ainda, alguns dos seus descendentes serão levados para servir de eunucos no palácio do rei da Babilônia”.
Ezequias afirmou a Isaías que se a palavra vinha do Eterno, então era boa, mas ele pensava “isso não vai acontecer enquanto eu estiver vivo. Terei paz e segurança enquanto viver” (2º Reis 2.12-19).
O livro de Crônicas relata também que Ezequias por um momento deixou-se dominar pelo orgulho e não correspondeu à misericórdia com que foi agraciado, por esse motivo o Senhor irou-se e a ira se pôs sobre ele e toda Judá, mas como Ezequias se humilhou reconhecendo a sua atitude arrogante, assim como o povo, a ira do Senhor não veio sobre o reinado de Ezequias, portanto de fato ele teve paz e segurança enquanto viveu.
A morte de Ezequias
Ezequias repousou com seus antepassados e foi sepultado na colina onde estão os túmulos dos grandes reis, descendentes de Davi. Todo Judá e o povo de Jerusalém prestaram-lhe as mais expressivas homenagens fúnebres. (2º Crônicas 32.33).
Conclusão
Primeiro, sabemos que o Manasses, sucessor de seu pai, Ezequias, não foi um bom rei, isso nos mostra mais uma vez que o nosso coração e caráter diante de Deus “são individuais”, pois mesmo com os exemplos reais em sua frente, o filho optou por outro caminho. Cada deverá prestar contas de si mesmo num dia a Deus.
As bênçãos de Deus estavam sob Ezequias porque o seu coração estava no Senhor, mas da mesma forma a Palavra diz que ele foi provado em determinado momento: “Contudo, quando os embaixadores dos príncipes da Babilônia lhe foram enviados para se informarem do prodígio que se dera naquela nação, Deus o desamparou, a fim de prova-lo e deixar transparecer tudo o que havia no mais profundo do seu coração” (2º Crônicas 32.31), e assim é com a gente também.
A benção não vem por mérito, mas por graça. Quem somos nós para sermos dignos de ser abençoado? Contudo, nada nos isenta de sermos provados e não há nada de ruim nisso, pois é uma oportunidade para forjar nosso caráter e nos aperfeiçoar.
A benção de Deus na prova também. Deus abençoe você e que assim como Ezequias, tudo quanto estiver em suas mãos para ser feito, seja abençoado pelo Senhor, o seu Deus e Pai, esteja com o coração sempre rendido a Ele.